Segundo estudo realizado em parceria com entidades do setor, coordenado pela Abiogás (Associação Brasileira do Biogás) no ano passado, a meta nacional de universalizar os serviços de água e esgoto até 2033, contemplada no marco regulatório do saneamento publicado em 2020, deve elevar em mais de 85% o potencial de geração de biogás proveniente do esgotamento sanitário. 

A estimativa de geração se baseia na expectativa de que aproximadamente 192 milhões de brasileiros (84,5% da população), até 2033, terão seus esgotos tratados por rotas anaeróbias, que geram como subproduto o biogás que pode ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica ou transformado em biocombustível (biometano) por purificação.

Em uma projeção de curto prazo até 2023 o potencial oscilaria entre 568 milhões de m³ e 692,1 milhões de m³ de biogás/ano, a depender do percentual de tratamento anaeróbio, o que seria revertido em 1,6 TWh de energia elétrica, 1,8 TWh de energia térmica ou o equivalente a até 475 milhões de litros de diesel substituído por biometano veicular.

Potencial atual

Com base nos dados consolidados de tratamento de esgoto disponíveis, referentes a 2019, no qual pouco mais de 106 milhões de habitantes são atendidos por rede de coleta e tratamento de esgoto, o potencial de produção de biogás é 493,4 milhões de m³ de biogás. Nesse caso, a região Sudeste fica com 71% o potencial, seguida pela região Sul, com 14%.

O volume potencial calculado para 2019 poderia suprir 1,18 TWh/ano em energia elétrica, o que representa demanda elétrica anual de uma cidade com 587 mil residências por ano, ou a geração de cerca de 375,5 milhões de m³/ano de biometano, substituindo 347,7 milhões de litros de diesel.

Apesar desse potencial, o aproveitamento do biogás de estações de tratamento de esgoto (ETE) provem de apenas 10 centrais instaladas no Brasil sendo 9 ETEs e uma usina de codigestão de lodo de esgoto e de resíduos de alimentos.

Cerca de 83% desse volume de biogás aproveitado se destina à geração de energia elétrica em unidades com potência instalada média de 1 MW, com a geração de apenas 24 MWh de energia elétrica por ano no Brasil a partir de ETEs. Para a produção de biometano, são destinados apenas 4% do biogás gerado no país em ETEs, o que corresponde a 912.500 m³/ano de biogás. A única planta que purifica biogás de esgoto sanitário para a produção de biometano é da companhia paulista de saneamento, a Sabesp, em Franca (SP).

Produção de biogás segue em alta

Atualmente, são 109 plantas de médio porte, com produção anual entre 1 e 5 milhões de Nm³/ano, e 51 de grande porte, que produzem de 5 a 125 milhões de Nm³/ano.

Em 2021, a soma da produção de todas as plantas do país chegou a 2,3 bilhões Nm³, mais que o dobro do resultado de 2017, em uma curva crescente que teve 2,14 bilhões em 2020 e com estimativa de pelo menos 2,8 bilhões em 2022.

Os dados compilados referentes a 2021 mostram que 102 novas plantas começaram a funcionar (aumento de 16% em relação à quantidade de 2020) e houve acréscimo de 10% no volume de biogás produzido, com 209 milhões Nm³ extras.

Minas e Paraná têm mais plantas de biogás

No total, 20 estados possuem plantas de biogás. Minas Gerais, com um total de 251 plantas (25 novas) e Paraná, com 159 (22 novas) lideram o ranking dos estados com mais plantas ativas. Santa Catarina e Goiás registraram crescimento de 28% e 24% no número de plantas em operação, respectivamente.

Em 2021, foram registradas no BiogasMap as primeiras unidades geradoras de biogás com aproveitamento energético em Alagoas e Rondônia. Já os estados do Acre, Amapá, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima e Sergipe permaneceram sem registrar a ocorrência de plantas de biogás que realizem algum tipo de aproveitamento energético.

Das 811 plantas de biogás catalogadas, 755 estão em operação com aproveitamento energético (93%), 44 estão em fase de implantação (5%) e 12 estão passando por reformulação ou reforma (2%) e devem voltar a operar em 2022.

Em números absolutos, houve um crescimento de 20% em comparação ao no ano anterior (675 plantas), sinalizando que o mercado continua em fase de expansão.

A força do biogás

Mesmo em um cenário de pandemia, com as flutuações no preço do barril de petróleo, alta do dólar – que desencadeou o aumento nos preços dos combustíveis e do GLP – e crise hídrica, a indústria do biogás brasileira continua aquecida.

Segundo a ABiogás, é crescente o desenvolvimento da indústria nacional de fornecedores de bens e serviços para o setor de biogás e isso tem ajudado a diminuir os custos de instalação de plantas de biogás e biometano no país.

Considerando o cenário de 2,3 bilhões de metros cúbicos de biogás gerados em 2021 pelas 755 plantas em operação, o Brasil explora apenas 3% desse potencial. Já quando o potencial de produção em curto prazo é considerado, ou seja, levando em conta apenas resíduos e efluentes que não apresentam obstáculos ao acesso imediato dentro das cadeias da pecuária, da indústria e do saneamento – estimado em 10,8 bilhões de metros cúbicos por ano – constata-se que 79% desse potencial ainda pode ser explorado.

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